Top 3 pacotes pra usar com rmarkdown

Os criadores do Markdown, segundo suas próprias palavras, criaram a linguagem com o objetivo de construir um “formato de texto fácil de ler, fácil de escrever e opcionalmente conversível para HTML”1. Com o passar do tempo, esse objetivo foi expandido pela comunidade, pois a simplicidade também é útil para outros formatos.

As extensões andam em dois sentidos. Um deles é construir tradutores universais entre todas as linguagens de marcação, como o pandoc, permitindo que seja fácil construir documentos a partir de textos em Markdown. A outra classe de extensões incorpora as vantagens obtidas a outras ferramentas, como o Rmarkdown, que adiciona o resultado de códigos em R aos textos escritos em Markdown.

Essa segunda classe de extensões é particularmente importante para os estatísticos, já que a comunicação é uma parte muito importante do seu trabalho. Usando Rmarkdown, é fácil construir relatórios reprodutíveis, concisos e, por último mas não menos importante, bonitos.

Neste post, vou listar pra vocês os meus 3 pacotes favoritos para formatar e organizar documentos em Rmarkdown, descrevendo brevemente o que eu mais gosto neles. Os três pacotes, assim como o próprio pacote rmarkdown, estão sendo desenvolvidos pela comunidade e pelo Rstudio, de tal forma que não vou mencionar explicitamente nenhuma das pessoas envolvidas nos projetos, mas antes de começar a lista quero deixar registrado que muito do que a gente tem hoje foi culpa do Yihui Xie. Muito obrigado, Yihui!

Primeira posição: rticles

O pacote rticles contém vários templates para documentos em rmarkdown. Os modelos são todos baseados nos padrões de artigos acadêmicos, mas eles são bonitos e flexíveis o suficiente para garantir sua aplicabilidade em vários outros contextos.

Pra aplicações mais gerais, acho o template da Statistic in Medicine bastante adequado.

Segunda posição: tufte

Na nossa segunda posição, vem o pacote tufte. Ele contém templates para documentos em rmarkdown e ferramentas gráficas que se baseiam nas práticas de visualização do Edward Tufte 2, sujeito que está no banner desse post. A ideia aqui é construir relatórios fluidos e que incorporem formas de informação quantitativas (gráficos e tabelas) de maneira mais fluida.

Vendo alguns exemplos no site do Rstudio dá pra ver como a coisa é elegante e prática. A grande sacada é usar a margem com mais liberdade: algumas notas de rodapé, por exemplo, na verdade são pequenos comentários, então você pode inseri-los na margem da página pra sugerir essa relação mais íntima com o que você escreveu.

Terceira posição: bookdown

Na terceira posição vem um pacote um pouco mais jovem do que os anteriores. Dessa vez o objetivo é construir documentos mais longos, como uma apostila ou um relatório. A estrutura de arquivos é bastante simples e é possível criar capítulos, seções, sumários etc como se você estivesse rascunhando alguma coisa em rmarkdown.

Além de estruturar a escrita de um documento grande, esse pacote também se comunica bem com o tufte e já prevê alguma maneiras de publicar o seu trabalho. É possível compilar os books em um html, mais ou menos como os livros do Hadley, ou num pdf, sugerindo uma maneira bem legal de escrever uma dissertação ou uma tese. Se você integrar o bookdown com Travis, então, o céu é o limite.

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